Projeto prevê manejo sustentável de 453,4 mil hectares no Amazonas, com arrecadação estimada em R$ 32,6 milhões ao ano
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou nesta segunda-feira (10.fev.2025) a publicação do edital de concessão da Floresta Nacional do Jatuarana, localizada em Apuí, no sul do Amazonas. O projeto, desenvolvido em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), abrange quatro áreas que, juntas, somam 453,4 mil hectares.
A iniciativa busca promover o manejo sustentável da floresta, garantindo a exploração equilibrada de recursos madeireiros e não madeireiros, como madeira em tora, palmito, açaí e castanha-do-pará. A expectativa é que o modelo gere até R$ 32,6 milhões anuais em arrecadação, além de impulsionar a economia local com novas oportunidades de trabalho.
Desenvolvimento sustentável sem degradação
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltou que o projeto reforça a importância da exploração sustentável. “É possível manejar a Floresta Nacional do Jatuarana, gerar riqueza com sabedoria, emprego e renda, sem destruí-la”, afirmou.
O diretor-geral do SFB, Garo Batmanian, explicou que o manejo sustentável permite a retirada controlada de madeira ao longo de um ciclo de 25 a 35 anos, sem provocar desmatamento. Segundo ele, a concessão não concede posse da terra ao concessionário nem direitos sobre a biodiversidade, o subsolo ou os recursos hídricos da área. “O concessionário só pode explorar os recursos descritos no edital, sem autorização para caça ou pesca”, reforçou.
O secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, destacou que iniciativas como essa são fundamentais para o combate às mudanças climáticas. “A melhor alternativa é inovar em modelos econômicos que preservem a floresta em pé e respeitem os direitos das comunidades tradicionais, que são as mais impactadas”, afirmou.
Impactos econômicos e sociais da concessão
A concessão da Floresta Nacional do Jatuarana tem projeções significativas para a economia local. Confira as estimativas do projeto:
- Arrecadação anual: R$ 32,6 milhões
- Produção de madeira em tora: 233.138,62 m³/ano
- Empregos diretos gerados: 932 postos de trabalho
- Empregos indiretos gerados: 466 postos de trabalho
- Geração de renda com empregos diretos: R$ 1,34 milhão/ano
- Investimento social mínimo: R$ 226,7 mil/ano
- Investimento mínimo na proteção da floresta: R$ 226,7 mil/ano
O modelo de concessão florestal adotado no Amazonas busca consolidar um modelo sustentável de desenvolvimento econômico aliado à conservação ambiental, promovendo benefícios sociais, ambientais e econômicos para a região.